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Ozzy Osbourne em São Paulo - 2011

> Em: sexta-feira, 8 de abril de 2011

A forte chuva que começou a cair sobre São Paulo no fim da tarde de sábado (02) não foi suficiente para impedir que a Arena Anhembi ficasse lotada com pelo menos 30 mil headbangers sedentos pelo show de Ozzy Osbourne, que promove Scream, seu mais recente trabalho de estúdio. E tal anseio não é a toa, pois há vários boatos de que talvez esta seja sua última turnê. Boato ou não, o que ficou nítido é que, apesar de sua limitação física, Ozzy continua mandando muito bem ao vivo.

Depois da ótima apresentação do Sepultura, que baseou seu set nos clássicos que fizeram seu nome mundo afora, Ozzy Osbourne sobe no palco exatamente às 21:30h ao som de “Carmina Burana”, sendo ovacionado pela plateia que não cansava de gritar seu nome. O set list não teve surpresa alguma, foi praticamente o mesmo apresentado na capital gaúcha, mas todos os presentes já sabiam que seria assim, e com certeza ninguém se importou!

Os primeiros acordes de "Bark at the Moon" começam para o delirio de todos, e o pai do heavy metal esbanjou simpatia e bom humor como sempre. Moderado, andava de um lado para o outro, pulava e batia palmas, e em determinado momento, fingiu morder um morcego de borracha, arrancando o riso dos presentes.

O público ficou ainda mais alvoroçado com “Let me Hear Your Scream”, que veio em seguida. Esta música é o primeiro single do novo álbum e foi muito bem aceita pelos fãs por causa de seus riffs pesados e refrão grudento. Neste momento, Ozzy abraça uma bandeira do Brasil, mas logo a deixa de lado. A chuva voltou a cair forte quando “Mr. Crowley” foi anunciada, mas isso não impediu que todos a cantassem em uníssomo. "I Don't Know” foi a próxima, seguida de “Fairies Wear Boots ", do Black Sabbath, e "Suicide Solution".


Depois de ter dado uma trégua no agito com a balada "Road to Nowhere", “War Pigs” serviu para esquentar a plateia novamente, e foi o ponto alto da noite. Simplesmente todos cantaram e pularam junto com o madman, que sempre sorridente, não escondeu sua satisfação em estar ali. “Shot in the Dark”, hit do disco The Ultimate Sin (que Ozzy sempre declarou odiar), também levantou o público já cansado (e molhado), mas ainda sedento por mais clássicos do cantor, que em seguida fez a dobradinha "Rat Salad/Iron Man", de sua antiga banda.

A apresentação continuou com “I Don't Want to Change the World”, “Crazy Train”, “Mama, I'm Coming Home”, e "Paranoid" fechou a noite para a decepção da maioria. Ok, todos já sabiam de cor e salteado a lista de músicas que iria rolar, mas como assim não tocar "No More Tears”? Mesmo com o apelo dos fãs, que não paravam de gritar pedindo este clássico, Ozzy e banda fizeram sua reverência ao publico e deram por encerrada a apresentação de São Paulo. Foi impossível não ficar com a impressão de que faltou alguma coisa e demorou para cair a ficha de que o show realmente tinha chegado ao fim. Mas enfim, ele é Ozzy, um senhor com 62 anos de idade, com limitações físicas evidentes, não dá pra exigir muito.

De qualquer modo, não tem como negar que foi uma apresentação impecável. A banda que o acompanha é excelente, em especial o guitarrista grego Gus G, que tem uma bela performance, não devendo absolutamente nada à Zakk Wylde. Vale lembrar que Gus já era popular na comunidade metal por causa de sua banda, o Firewind.


Por Julio Feriato/Fotos: Lucas Lima /UOL

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